Medo de confronto pode esconder feridas antigas: insegurança afetiva na infância é apontada como origem por estudos

Pesquisas revelam que a evitação constante de conflitos pode ser um reflexo de vivências emocionais precárias na infância, gerando dificuldades nas relações adultas.


 

Você sente que entra em modo de alerta só de pensar em discutir com alguém?

Evita confrontos a qualquer custo — mesmo quando está certo ou sente que algo te machucou?


Esse comportamento, por mais comum que pareça, pode carregar uma origem emocional profunda.

Estudos recentes em psicologia e neurociência emocional indicam que pessoas que evitam conflitos de forma extrema podem estar reagindo a experiências de insegurança afetiva vividas ainda na infância.

E quando essas feridas não são acolhidas ou compreendidas, seguem influenciando a forma como nos relacionamos — silenciosamente.

 

Infância insegura, adultos que fogem do embate

 

A pesquisadora brasileira e psicóloga clínica Alessandra Dutra, em artigo publicado na Psicologia.pt, explica que crianças que cresceram em ambientes onde a expressão emocional era punida, ignorada ou onde havia tensão constante, desenvolvem uma percepção inconsciente de que entrar em conflito é perigoso.


Com o tempo, essa criança aprende a suprimir suas emoções para manter a “paz”, mesmo que isso signifique abrir mão de si.

Essa adaptação emocional, apesar de funcional na infância, pode se tornar um peso na vida adulta. Pessoas que passaram por esse tipo de insegurança afetiva tendem a:

  • Dizer “sim” quando querem dizer “não”
  • Se sentir mal apenas por discordar de alguém
  • Engolir sentimentos para evitar aborrecimentos
  • Sentir culpa ao impor limites

É como se, em cada discussão, o corpo e a mente dissessem: “melhor não se arriscar… pode ser perigoso.”

 

Neurociência e memória emocional

 

Do ponto de vista neurológico, o sistema nervoso dessas pessoas costuma ficar em estado de hipervigilância, como se qualquer tensão significasse ameaça de rejeição ou abandono.

A amígdala cerebral, responsável por identificar perigos, se ativa com intensidade desproporcional em situações de desacordo — mesmo que o conflito seja leve ou saudável.

Essa resposta não é frescura, nem fraqueza. É sobrevivência emocional aprendida.

 

A dor de evitar a própria verdade

 

Evitar conflito não significa evitar dor — muitas vezes, significa guardar essa dor dentro de si.
A pessoa que vive para agradar os outros, que evita discussões e que silencia suas necessidades, frequentemente sofre com sintomas invisíveis: angústia constante, baixa autoestima, relacionamentos desequilibrados, sensação de não ser visto ou ouvido.

No fundo, o medo de conflito é o medo de perder o pouco de afeto que se acredita merecer.
E essa crença nasce em lares onde o amor era instável, condicional ou ausente.

 

Abordagens terapêuticas eficazes

Se você sente que vive pisando em ovos, tentando evitar a dor dos conflitos… talvez seja hora de se escutar com mais cuidado.

A Psicanálise e a Psicologia Analítica oferecem caminhos terapêuticos profundos, capazes de tocar nessas raízes emocionais que ficaram congeladas no tempo.

Através da escuta clínica e do acolhimento simbólico, é possível reorganizar essas experiências, reconfigurar seus limites e recuperar a liberdade de ser quem você é — mesmo quando precisa discordar.

Não se trata de aprender a brigar.
Se trata de não se abandonar toda vez que algo te machuca.

 

Talvez seja a hora de escutar o que você tem calado há anos

 

A psicoterapia online pode ser o espaço onde você, com segurança e no seu tempo, começa a entender por que ainda sente tanto medo de conflitos.

E onde, pouco a pouco, descobre que suas necessidades emocionais merecem ser expressas — sem culpa, sem medo, com verdade.

Compartilhe: 

Facebook
WhatsApp
Telegram
Pinterest
Posts Relacionados
No Content Available
Descubra mais Posts